domingo, 6 de abril de 2008

E a porta aberta

E se eu tentasse e não conseguisse? Não conseguisse e tentasse, insistisse? Se fosse um vício escabroso e eu tentasse? Se eu conseguisse será que diriam, afirmariam sobre mim? Mas se eu tentasse... e se fosse clara? - O punho certo, o beiço denso... afirmariam? - Se fosse de outro jeito? E se eu fosse? Se eu fosse um outro jeito? Se me aproximasse e tentasse, insistisse? E se quisesse, quisesse ser uma cara boa? E se fosse bom, coisa boa? Se não, se sim? Não, sim. Não. E se eu conquistasse? Fosse conquistada?, fosse vergonha? Se fossem as minhas mãos, as nossas? E se fosse? Se fosse? E se?
Eu quis assim tormento, a rua, as pessoas. Nos panos de dentro do dentro, pretendi absurdos visando uma denúncia, cúmplice encardido. Busquei clareza, acolhi-me em arregaços ao canto da esquina sombria. E eu procurei. Gritei quase muito por nada não. Solucei, chamei sim. Achei você. Achei de novo. De novo, no cara ali. Você, eu disse, e repito, eu disse, não você. Soletrei palavrinhas esboçadas, os estranhos me disseram. Armei-me de entorpecentes, eles disseram. Debrucei-me trôpega, disseram. Caminhei vaga desinteressada, e a única coisa que esperava das coisas tuas era que me pisasse.

2 comentários:

Isa disse...

Cara Meni,
parece um depoimento de uma drogada, que sofreu e sofre muito por alguém e por ela mesma.
Palavras sem sentido, mas que possuem um significado enorme pra personagem.
Essas palavras surgem do nada em sua mente?
E o título?

Branquinha, consegue explicar tudo isso?

abraços orgulhosos
Isabela

Anônimo disse...

Querida Me,

Te conheço há tanto tempo, precisamente há 17 anos e não te conheço nada, não é? Da mesma forma que acredito que você também não me conhece. A diferença é que eu realmente tenho vontade de conhecer melhor voce, saber o que se passa... e penso que você já tem uma imagem formada de mim, e ponto.
Muitas vezes quis me aproximar, simplismente não vai, há uma barreira que não sei se é natural (é assim com todo mundo) ou se nós duas criamos e não conseguimos conversar mais do que amenidades, nada que comprometa ou nos revela, nã é? Só o carinho, que já é bastante.
Acho que a vida é assim: gerações diferentes...
Uma pena porque acredito que todos nós perdemos com isso.
Amo você e quero que seja feliz,
Um beijo
Mar