terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Fulana Bicho

Chega o Marco com uma ESTÓRIA assim:
- Tinha a tataravó lá da cidade que batia nos carros porque achava que era bicho.
- ...
- Sério, tipo, quando passava avião era joelho no chão, prece pro alto e mão no santo de pescoço.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

V for Vendetta

Talvez ainda haja justiça no mundo, talvez haja sim. Sabe a privada, aquela do Natal? Entopiu. Agora só com São Longuinho e um Guia Astrológico. Fico impressionada... mexe com os queridos analfabetos do nosso querido Brasil, mexe?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No Trampo



SEMANA DE LIQUIDAÇÃO.

(force um riso, vá)


quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sujeito

Perto demais da pele, que respirava demais e engolia seco, quis dizer mas não entendeu as pálpebras longínqüas e entorpecidas; balbuciou bem lento os olhos indecisos e enfim, abriu-os, como se fosse algo de imensamente grandioso - como um cego faria ao reconhecer a cor daquilo que se faz amor, das vergonhas e do pecado. Olharia abismado e perplexo, irresoluto; olharia todas aquelas cores frouxas e gritantes, exageradamente vivas; olharia a própria cor pálida, trêmula e dir-se-ia satisfeito, como se o embaço dos olhos fosse apenas um embaço dos olhos. Reconheceria vozes por cores e em tantos outros o faria como se fosse único sempre e por toda a vida dir-se-ia colorido e nunca embaçado, nunca embaçado e - abriu os olhos e sentiu a boca amarga. Sentiu-se tenro da boca e quis mais que o próprio desejo abrí-la de esporro, mas não lhe foi permitido. Passou então a língua macia e recém-nascida sobre os lábios ilesos e novatos, na esperança de abrí-los do jeito como se abre a boca, como se faz da carne. A barba era oleosa e a pele mais. O toque dos dedos sobre a cara transfigurada parecia ditar-lhe o tom da fome, a fome de todos e por todos que sentiu e nunca mais - sentira de novo, e de novo e outra vez. Pôs-se de pé pra frente e estalou o silêncio que já lhe era insuportável. Saltou à frente do espelho e viu-se: o próprio belzebu, o próprio, repetia assim em seguida, e deus e belzebu, e deus. Deus. Repetia em consciência, pra Deus e pro Diabo na terra do sol. Repetia, repetia, repetia... agora era insuportável, doce e azedo como sua própria saliva; era saboroso. Tão saboroso quanto fechá-los novamente (os olhos) e imprimí-los no reflexo impessoal do espelho - estavam fechados. Passou os últimos anos em frente ao espelho, quis levantar-se pro amor mas o próprio amor já era prometido e único e... de resto abria os olhos todos os dias às sete da manhã, voltava pra casa, pra rua, pra casa, pra TV e a telecólica e tomava banho e tomava banho e tomava banho e, enfim, fechava-os.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Papai Noel e o público privado



Minha avó trocou a privada. Aliás, minha avó ATÉ trocou a privada, nessa de pendurar fotos dos filhos gordos, rosados e bem vestidos e pintar as paredes pro Ano Bom e pro Natal. É impressionante como agora toda vez que vou ao banheiro sinto como se CAGAR fosse a exceção da humanidade (ou fosse eu a exceção, a Mãe Joana, a mãe da Joana, a mulher do presidente ou o próprio leão da selva); a gente olha aquela privada reluzente, de louça limpa e confortável e pensa em todos esses de rua com fome e sem privada. É por isso: rezo e peço todos os dias, Senhor, pelo aborto e uma privada pública.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Puxando o Saco



Acho que gostaria de ver um show deles pra terminar ou começar bem o ano, até mais do que a calcinha fio dental e colorida no revêióun.

http://www.slaraffenland.net/

domingo, 16 de dezembro de 2007

SILÊNCIO (hospital)

EXPRESSIVO

EXPRESSIVO
Expressivo

Expressivo

expressivo
ex-pressivo

e x - p r e s s i v o

sábado, 15 de dezembro de 2007

Absinto


Esses dias amanheci de cara torta e roupa de rua. Pensava alto, como se conversasse e conversasse bem, naturalmente bem - falava alto (entende-se por alto_auto o que extravasa qualquer limite craniano e desemboca no burburinho do beiço. A fala era tímida). Descia a escada como se pisar fora e pro outro lado fosse absurdamente elegante e habilidoso, a falta de equilíbrio sempre me foi comum nas primeiras horas da manhã, e tanto mirei pisar bem que acabara por tropeçar no vento. "Putamerda". Coitada, minha bizavózinha da segunda guerra tanto tem saúde que sempre que xingo responde endagando preocupação (como fazem os de idade); enfim, cheguei à cozinha no ápice do monólogo, tanto que, despercebida da vida, num gesto rotineiro abri o armário e peguei DOIS copos.
(Ri sozinha e ri bem, ri bastante).



[coom fas??/]