segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Máxima

//Estava ali, esteve sempre. Mas agora estava ali e não se esboçava. Imóvel, estava ali e eu fingia que não. Então eu terminei de comer enquanto aquela alguma coisa não engolia. Limpei as mãos na coxa enquanto aquelas mãos dela não feriam. Pensei no que seria enquanto ela não era. Levantei-me contando as moedas e segui pisando enquanto ela, escondida, mas vivia. Parei, distraída, olhei: havia sumido, em seu lugar um vaso de flores da estação. E de seus rastros, apenas um: a falta que em mim me faz um pedaço de nada, contemplativa sombra, vulto paranóico. Mas assim não houve despedida, nem porquê, nem... houve todo o resto e eu me vi ecstasiada de vento na pupila. Lá dentro alguém gritou e o grito ecoou no espaço em branco ou preto não se sabe mas alguém deixou de existir e alguém melhor desafogou do útero ecoando mais e mais o grito que alguém gritou no tempoespaço do silêncio branco ou preto não se sabe mas alguém gritou...
//Assim será a história de quando eu nascer, bem se sabe.

8 comentários:

Anônimo disse...

teu nascimento é uma máxima?

Anônimo disse...

esse texto me lembra uma ponte que leva o nada à lugar algum.

Daniel Moreira Miranda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
sorriso de mona lisa disse...

esse comentário do diabo me lembra uma ponte que leva do nada a lugar algum.

[nem tem crase aí, viu, querido. LUGAR é masculino]

sorriso de mona lisa disse...

sou eu, pituca.

Anônimo disse...

há, sorriso de mona lisa, pensei que estivessem te ensinando mais do que corrigir sentenças gramaticais, lá no instituto presbiteriano, que pena.

Anônimo disse...

e outra coisa, não é por que a noite você é joãozinho que pode disparar contra o rei das trevas.

Unknown disse...

Bem vinda ao mundo de vento e tempo!Olhe,sempre nos acompanha o nada.