Com um pouco de complacência abra os olhos, ainda na cama, e não pensa. Esfrega o teu corpo contra os ovos da parede, até gritarem, todos, gemendo, implorando... escuta daí a placenta excedendo em gotinhas triviais, coloridas de cinza, uma a uma, esparramadas pelas saídas, tetos, janelas, detalhes. Então levanta da cama, pisa o chão cheio dessas gotinhas cortantes e me encontra no meio de um casebre velho emporcalhado, segue as minhas pistas. Nas paredes da sala quadros sujos derretidos com o tempo, gosma empoeirada e umidade juvenil. Me vê? Atrás do cuco surrealista, sentada num canto escuro. Agarrei meus caquinhos e agora minhas mãos sangram, mas eu não posso cuidar enquanto te observo entrar com os panos molhados, quero te sangrar também. Enquanto essa música toca... Estanca?
Com um pouco de complacência abarca forte a minha mão, quebra os ossinhos dela.
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8 comentários:
I got no sugar baby, now...
Eu gosto de esticar o braço e abrir a janela quando ainda deitada...
Aqui estanca um pouco sim.
"Nas paredes da sala quadros sujos derretidos com o tempo" --> Salvador Dali.?..
"Atrás do cuco surrealista" :O
"quero te sangrar também"-> é algo
I'll rock the cradle when you're gone.
adorei. deveria publicar. beijos
Nada importa... esse vai ser sempre meu.... mesmo não sendo ou sendo mais do que deveria
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